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Os efeitos nocivos do “aquecimento global” refletidos nas constantes catástrofes climáticas e ambientais, cada vez mais noticiadas, possuem uma relação direta com outro grave problema mundial: a obesidade e o sedentarismo, os quais já são apontados pela ONU (Organização das Nações Unidas) como epidemia mundial.  Porém, qual a relação entre os dois assuntos (aquecimento global e obesidade)?  Uma primeira relação muito simples é que ambos, tanto o desequilíbrio ambiental do planeta, quanto o desequilíbrio do organismo individual das pessoas, prejudicam a qualidade de vida do ser humano, bem como o da sociedade onde se presenciam tais sintomas coletivos.  Porém, a causa que produz tamanho desequilíbrio ambiental, bem como os fatores que fizeram da obesidade uma epidemia, é que são ainda mais relacionados, e podem ser explicados pelo conceito do CONSUMISMO. 

O consumismo, que é basicamente o processo de se adquirir mais do que o necessário, é o grande elo vicioso do processo.  Graças ao consumo desenfreado, as indústrias produzem cada vez mais, impulsionadas pelos processos de marketing e propaganda que, por sua vez, geram nas pessoas  o falso pensamento de que precisam de bens e serviços supérfluos. Neste círculo vicioso, onde a indústria é retroalimentada pelo desejo desnecessário de consumo da população, a sociedade capitalista passa a produzir em maior escala, e consequentemente, passa também a poluir mais, produzir mais dejetos, explorar excessivamente os recursos naturais, promover mais intensamente a cultura da devastação geral.  Os processos de produção industrial, que se impulsionaram a partir dos dois últimos séculos, garantem sustentar os desejos consumistas desenfreados de milhões de pessoas pelo planeta a fora.

Outra relação catastrófica dos tempos atuais:  cresce a população mundial viciada no consumismo.

Por outro lado, também relacionado ao desenvolvimento industrial, a produção agrícola e agrária de todo o mundo também se desenvolveu revolucionariamente, com os modernos equipamentos de manejo, de processamento e, também das técnicas inovadoras de administração e potencialização dos meios de plantio, colheita e combate às pragas e doenças do campo.  A produção de alimentos nunca, na história da humanidade, foi tão abundante, e com isso, o acesso a ele, na grande maioria dos países, tornou-se mais fácil, muito embora também o crescimento populacional também  tem sido rápido e evolutivo.  Desta forma, o ser humano nunca consumiu alimentos com tanta diversidade, qualidade, facilidade, como nos dias de hoje.  O resultado disso:  a obesidade tornou-se o “mal do século”. Consequentemente, o número de pessoas sedentárias, cardíacas, reumáticas, hipertensas e portadoras de tantos outros males, tornou-se proporcionalmente imenso. 

Ao alimentar-se acima dos níveis realmente necessários para a boa qualidade de vida, o indivíduo estimula toda uma cadeia produtiva, que por sua vez, promova danos ambientais excessivos e, desequilibra o meio ambiente.  Um exemplo clássico de como isso ocorre pode ser notado no crescente consumo de carne bovina, onde os criadores de gado, para atender à demanda do mercado, promovem o desmatamento para expansão dos pastos e, com isso, gera-se desequilíbrios ambientais.  No caso do crescimento da indústria mecanizada, a necessidade de energia é cada vez maior, o que provoca o crescimento do número de hidrelétricas ( a título de exemplo) e, o curso natural de rios e florestas são alterados, promovendo desequilíbrios alarmantes em tais perímetros geográficos. 

Viver com qualidade, para a grande maioria dos pensadores sobre o assunto, envolve o bem estar geral e integral, que está relacionado ao indivíduo em si, e também com o meio em que se encontra inserido.  Cuidar de si próprio e do meio onde se vive é tratar do assunto qualidade de vida em sua plenitude. 

A boa informação (composta da verdade plena) leva às pessoas a conscientização que, por sua vez, pode produzir mudanças de hábitos consistentes  e necessárias.    O estado atual de nosso planeta, e da saúde de nossa população, alerta-nos sobre uma necessidade prioritária: REDUZIR O CONSUMISMO.

Uma boa maneira de se reduzir o consumismo é ser criterioso quanto ao que compramos ou contratamos.  Essa regra se aplica muito bem aos alimentos, também.  Se passarmos a ser mais racionais quanto ao que ingerimos, dando prioridade ao que é mais saudável e necessário ao corpo, certamente  os produtos  que envolvem mais processos industrializados serão menos procurados, e alimentos em seu estado mais natural serão priorizados, pois esta é a recomendação unânime dos nutricionistas.  Frutas, verduras, saladas, etc.. são sempre mais saudáveis do que alimentos que contem conservantes, aromatizantes e vários outros produtos químicos já tão populares. 

Ainda na busca pela qualidade de vida, a mudança de hábitos é outro fator fundamental a ser considerado por aqueles que desejam frear a propagação do consumismo. Novamente a figura da indústria do conforto é a vilã: estamos num mundo onde para abrir um vidro do carro, trocar de canal, acender um fogo, falar com alguém, e assim por diante, BASTA APERTAR UM BOTÃO.  Isso vem fazendo com que o ser humano não precise mais SE MEXER!

Excesso de alimentos e falta de movimentos corporais: combinação perfeita para o infarto e tantas outras fatalidades!  Neste contexto o esporte, a prática de hábitos saudáveis, atividades físicas adequadas e periódicas, se fazem necessário para o bom equilíbrio do indivíduo.

A prática desportiva, ou de atividade física, capacita o indivíduo a ser menos consumista, em vários aspectos. Pense mais nisto!

ESPORTE E SUSTENTABILIDADE

Muito se fala sobre o esporte como ferramenta para se combater o sedentarismo, a obesidade e tantos outros males correlacionados à saúde física e mental.  No entanto, pouco se apresenta sobre a relação direta entre o esporte e a SUSTENTABILIDADE. 

A prática de atividade física regular e saudável, por meio de esportes, artes (a  dança por exemplo)ou exercícios metódicos, contribuem para a manutenção geral da saúde do praticante e potencializa o mesmo para hábitos de vida menos consumistas, mais dinâmicos e produtivos, sociabilidade e para muitas outras formas positivas de comportamento. 

É comum o aconselhamento feito pela imprensa ou por órgãos públicos orientando-se as pessoas  a deixarem seus veículos na garagem e optarem pela bicicleta ou transportes coletivos para se ir ao trabalho, escola ou passeio.  No entanto sabe-se que muitas pessoas, embora concordem com os benefícios destas sugestões, encontram-se inaptas para caminhadas (mesmo que curtas), ou ainda para subir escadas no lugar de usar elevadores, ou mesmo para outras propostas também simples, más que representam economia de energia, de tempo, de emissão de carbono e de tantas outras formas mais.  A falta de condição física mínima para as propostas citadas acima são decorrentes de vários fatores, tais como obesidade excessiva, condição muscular e cardíaca debilitada, estrutura física danificada por doenças ou outros problemas, indisposição geral, depressões, e diversos outros fatores oriundos do sedentarismo excessivo, questões psicológicas, contexto social,  etc..

Produzir mudanças de hábitos e de comportamentos para outros mais sustentáveis requer empenho, disposição, conscientização e várias outras atitudes que, em muitos casos somam  desafios enormes para pessoas que, no seu dia-a-dia, estão muito mais preocupadas com problemas urgentes de saúde, profissionais, de moradia e assim por diante, considerando assuntos de sustentabilidade secundários.    

No entanto,  neste contexto, a prática desportiva ajuda, na grande maioria dos casos, a se reestabelecer o equilíbrio geral do indivíduo, condicionando-o fisicamente e mentalmente, prevenindo doenças e promovendo integração entre pessoas e, neste processo todo, o vigor e o ânimo são restaurados, criando-se uma nova disposição para um recomeço sustentável e de forma praticável. 

Sendo assim, cuidar de si próprio, da própria saúde, capacitando-se física, emocional e mentalmente, são passos fundamentais para poder somar esforços positivos na luta pela sustentabilidade e reequilíbrio do planeta e da sociedade.  Afinal, a velha máxima continua valendo:  “Amar ao próximo como a si mesmo”.  Antes de querer mudar o mundo, vamos concertar primeiro a nós mesmos.  Neste propósito, os esportes são ótimas ferramentas!